Seja Bem-Vindo...

Acredito que esta frase define muito bem, o meu objetivo com a criação deste Blog.

"Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras." (William Shakespeare)

A esse espaço que é meu e é seu, se desejas contribuir...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Toots Thielemans & Elis Regina - você


Você

Elis Regina

Composição: Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli
 
Você, manhã de todo meu
Você, que cedo entardeceu
Você, de quem a vida eu sou
Eu sei, mas eu serei
Você, um beijo bom de sol
Você, que em cada tarde vã
Virá sorrindo de manhã

Você, riso lindo a luz
A paz de céus azuis
Você, sereno bem de amor em mim

Você, tristeza que eu criei
Sonhei você pra mim
Vem mais pra mim

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dever de Sonhar

Eu tenho uma espécie de dever 
De dever de sonhar
De sonhar sempre
Pois sendo mais, do que um espectador de mim mesmo
Eu tenho que ter o melhor espétaculo que posso
E assim, me construo a ouro e sedas
Em salas supostas
Invento palco, cenário...
Para viver o meu sonho entre luzes brandas
E músicas invisíveis.

Fernando Pessoa

Miguel de Cervantes

"Amor e desejo são duas coisas diferentes,
nem tudo que se ama se deseja,
e nem tudo que se deseja se ama. "

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Quanto vale tratar bem um paciente?

> Este artigo, escrevi em maio de 2010, mas em todos os dias torna-se pertinente. Aqui falo da relação médico-paciente, mas  bem que poderíamos expandir a temática à todas as relações humanas.

        Antes mesmo que o novo Código de Ética Médica entrasse em vigor, eu já refletia sobre essa questão, afinal muitas idas e vindas a consultórios médicos fazem parte da minha história e continuarão a fazer, (espero que cada vez menos). Refleti sobre a condição da classe médica e/ou do profissional de saúde, independente da especialidade em que atuem, e fico a me questionar, custa tratar bem um paciente? Não foi preciso nem sequer realizar estudos científicos para comprovar o que muitos de nós, pacientes já sentimos na pele, que muitos dos nossos médicos, na tentativa de atender a grande demanda de pacientes, em várias situações se perdem em seu próprio desgaste e pecam no quesito qualidade, tratando-nos como mais um número ou mais um prontuário.

Quem já não teve a sensação de que, ao entrar numa sala de consultório, o médico já nos aguardava, não para nos cumprimentar, mas sim com um receituário pronto, esperando somente nosso nome para preencher a lacuna. Muitas vezes a consulta se torna tão rápida, que mal temos tempo de relatar nossas queixas. Saímos nos sentindo ignorados, diminuídos.

Evidentemente, que isso não é uma generalização, e vez por outra temos o prazer de encontrarmos profissionais que nos olham nos olhos, que saem de trás das suas mesas e nos recebem com um afetuoso e sincero aperto de mãos. Estou certa que, não será a implementação do documento que fará minha dentista me dar bom dia, por exemplo, não existe fórmula mágica que faça um profissional de saúde torna-se mais atencioso e simpático, mas em todo caso o novo Código nos transmite certa segurança, porque já sabemos como cobrar e onde buscar a fundamentação para tal, o documento fala claramente “é vedado ao médico causar dano ao paciente por ação ou omissão", ou seja, ele tem que ter tempo para nos ouvir, independente do tempo que ele tenha.
Aos poucos, vamos tentando acabar com a cultura clientelista instalada nos hospitais e clínicas no país a fora. Mas, quando se trabalha com prazer, tudo flui naturalmente a partir daí, sem que haja necessidade de um documento para lembrá-los.

Nadja Nascimento

Eu preciso dizer que te amo - Cazuza

*A música do meu momento presente...

Composição: Bebel Gilberto / Cazuza / Dé


Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo  

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo tanto

domingo, 23 de janeiro de 2011

Vinícius de Moraes

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do
que pude.
(Vinícius de Moraes)

* Excelente representação do momento presente!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SER MÃE NOS DIAS DE HOJE

A todas as mães, independente de datas comemorativas...

            A idade hoje já não é determinante, no que diz respeito à maternidade, pode ser aos 15, 20, 35, 40 anos, graças principalmente aos constantes avanços da medicina, porém isso não vem ao caso. Não importa a idade, quem tem um bebê nos braços pra chamar de seu, partilha um único sentimento: o amor. A vida a partir daí nunca mais é a mesma, saí o EU, entra em cena o NÓS e assim será para sempre, sem férias, sem aposentadoria, as noites em claro, o primeiro dia de aula, os boletins vermelhos, as briguinhas com as namoradas, os preparativos para a festa de 15 anos, as inseguranças da vida adulta. É uma emoção atrás da outra, das mais diferentes possíveis.
            As mães do século XXI têm em comum com nossas bisavós e avós, o mesmo instinto de proteger, acolher, amar seu rebento, porém com um diferencial bem relevante, a sua maioria tem estudos, carreira de sucesso, vida afetiva atribulada e por aí segue a interminável lista de ocupações na vida moderna. Quem é, sabe o quanto é difícil e cansativo ser mãe e mulher nos dias de hoje.
            Mesmo com a carga sempre a aumentar, muitas mulheres não desistem do sonho de gerar vidas, mergulham de cabeça no misto de sensações; ansiedade, medo, curiosidade e as vive com toda intensidade. Os desafios da vida moderna não as impede de sonhar. A maternidade é sempre uma admirável oportunidade de formar alguém do bem para este planeta.
Nadja Nascimento

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

COMO FAZER ALGUÉM FELIZ?

Esse texto, encontrei enquanto fazia aquela "faxina" de início de ano, ele está datado de 23 de janeiro de 2009, desconheço sua autoria, mas neste caso é irrelevante, por se tratar de uma belíssima história! Compartilho...


    Aquele professor era diferente de todos os demais. Os deveres de casa que ele passava eram sempre surpreendentes. Criativos. Enquanto os outros professores nos mandavam responder perguntas ao final do capítulo ou solucionar os problemas de números tal a tal, ele tinha tarefas bem diversas para nossa classe. Naquela quinta-feira ele falou a respeito do comportamento como um meio de comunicação. "Nossos atos falam mais do que as palavras. O que as pessoas fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo", afirmou. "Agora, como dever de casa, vejam se conseguem mudar uma pessoa, massageando o ego dela o bastante. Tanto que vocês percebam uma mudança em seu comportamento. Na próxima aula, vocês relatarão seus resultados."
Quando cheguei em casa, naquela tarde, olhei para minha mãe e vi que ela estava sentindo muita pena de si mesma. Os cabelos lhe caíam sobre o rosto. A voz parecia um lamento. Enquanto preparava o jantar, ela ficou suspirando. Quando cheguei, não falou comigo. E assim eu também não falei com ela. O jantar foi triste. Papai estava sem vontade para falar. Foi aí que decidi colocar em ação o dever de casa. "Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da universidade está encenando? Por que você e papai não vão assisti-la hoje à noite?" "Esta noite não dá", disse logo meu pai. "tenho uma reunião importante." "Naturalmente", foi a resposta seca de minha mãe. "Bem, por que não vai comigo?" - quando acabei de formular a pergunta, me arrependi. Imagine: um rapaz do segundo grau sair à noite com sua mãe. Mas agora não havia mais conserto. Ela perguntou toda animada: "De verdade? Rapazes não costumam sair com as mães." Eu engoli em seco antes de tornar a falar: "não existe nenhuma lei dizendo que a gente não pode sair com a mãe. Vá se arrumar." Ela carregou uns pratos até a pia. Seus passos estavam mais leves, em vez de arrastados. Papai e eu lavamos a louça e ele comentou o quanto eu era um filho atencioso e gentil. Deprimido, eu pensei: "tudo por causa da aula de psicologia." Mamãe voltou para a cozinha, mais tarde, parecendo cinco anos mais nova. Parecendo não acreditar no que estava acontecendo, ela insistiu: "você tem certeza de que não vai sair com ninguém esta noite?" "Agora eu vou. Vamos nessa!" A noite não foi tão desagradável como eu pensara. A maioria dos meus amigos certamente fez algo de mais empolgante naquela noite do que assistir uma peça de teatro. Ao final da noite, minha mãe estava genuinamente feliz. E eu próprio, bastante satisfeito. Acabei me dando superbem no dever de casa. E aprendi um bocado sobre como fazer alguém feliz. ....................................

    Pode ser que não tenhamos dever de psicologia para fazer em casa. Pode ser que nem estejamos estudando. Não importa. Na universidade da vida, o curso não acaba nunca. Sempre é tempo de aprender e exercitar. Por isso, tentemos hoje, fazer alguém feliz. Pode ser nosso filho, nosso cônjuge, nossa mãe. Que tal um amigo, um irmão? Simplesmente alguém que transite em nosso caminho. Observemos, ofereçamos nosso tempo, nossa companhia. Façamos um comentário gentil. Abracemos, beijemos, conversemos. Proponhamos um passeio. Um programa diferente. E descobriremos como é bom fazer alguém feliz.

Diogo Nogueira - Tô Fazendo A Minha Parte (Ao Vivo no Programa do Jô)


Tô Fazendo a Minha Parte
Tô saindo pra batalha
Pelo pão de cada dia
A fé que trago no peito
É a minha garantia
Deus me livre das maldades
Me guarde onde quer que eu vá
Tô fazendo a minha parte
Um dia eu chego lá
Todo mês eu recebo um salário covarde
No desconto vai quase a metade
E o que sobra mal dá pra comer
Sou pobre criado em comunidade
Lutando com dignidade, tentando sobreviver
Quem sabe o que quer nunca perde a esperança, não
Por mais que a bonança demore a chegar
A dificuldade também nos ensina a dar a volta por cima
E jamais deixar de sonhar

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Com a palavra, O poeta...

Esse poema é do poeta cabense Antonino Júnior, e eu estou vivendo essas palavras intensamente... o remédio da alma é amar. Compartilho com vocês!

24 HORAS DE PAIXÃO INSÂNICA

Amanheci meu coração
Na insânica paixão
De te buscar,
De te abraçar
E festejar o reatar
Do teu corpo com o meu
Do meu ser com o teu.

Corremos o stress
Do dia que o sol nos ofereceu

Anoiteci você perto de mim,
E, juntinhos
Sonhamos as cores
De um amor sem começo e sem fim.

No inusitado das filas

Escrever sobre o cotidiano me fascina, observar as peculiaridades do ser humano e das suas relações, é o que acho mais interessante. Nessas caminhadas, dediquei um pouco mais do meu tempo a analisar o comportamento das pessoas quando estão em filas de espera, independente da razão, do objetivo ou da ação que os levam até lá. Não me contentando em ser meramente uma espectadora do espetáculo da vida, logo me vi como mais um, dos tantos personagens.
Claro, é preciso citar aquelas pessoas que desenvolveram ao longo da vida, um verdadeiro horror a ficar esperando em filas, mesmo que seja para receber algo de bom e se limita a dizer –“Não gosto e pronto!”- mas, tudo bem vamos lá. São figuras distintas, cada uma com seus afazeres, mas há aqueles especiais, que marcam nosso dia (se prestarmos atenção neles!), aquelas que desejamos que não se vá, antes de contar o desfecho daquela interessantíssima, história que aconteceu sabe-se lá com quem, até porque não conhecemos a pessoa falada, nem quem nos fala, não faz mal, o que importa é a lição que a conversa nos traz. Tem aqueles que, geralmente encontramos em filas de bancos, são pessoas visivelmente estressadas, que esbravejam, reclamam, xingam, mas só querem desabafar, indignados com a má qualidade dos serviços, eu só tenho a lamentar, até porque encontro-me na mesma situação.
Os que me chamam muita atenção são aqueles que já chegam irritados com a demora, mas com o tempo conseguem enxergar na espera a oportunidade de conhecer pessoas, fazer amigos, mesmo sabendo que talvez nunca mais o verá. Essas são pessoas especiais, sabem que o fato de enfrentar as filas é inevitável, então porque não fazê-lo com leveza?
Jamais poderia enumerar as conversas e lições que obtive nesse momento, aparentemente tão monótono e chato que são as filas de espera. É no inusitado e na simplicidade que as melhores coisas da vida acontecem.
 Nadja Nascimento